Preta, preto, pretinhos https://pretapretopretinhos.blogfolha.uol.com.br Novidades da comunidade negra no Brasil e no mundo Thu, 09 Dec 2021 15:45:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Chimamanda Ngozi entra, literalmente, na moda https://pretapretopretinhos.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/chimamanda-ngozi-adichie-entra-literalmente-na-moda/ https://pretapretopretinhos.blogfolha.uol.com.br/2017/01/27/chimamanda-ngozi-adichie-entra-literalmente-na-moda/#respond Fri, 27 Jan 2017 18:52:47 +0000 https://pretapretopretinhos.blogfolha.uol.com.br/files/2017/01/rihanna-chimamanda-144x180.jpg http://pretapretopretinhos.blogfolha.uol.com.br/?p=263 “We should all be feminists” (Sejamos todos feministas) viraram palavras de ordem entre as fashionistas norte-americanas nos últimos dias, antes, durante e especialmente depois da Marcha das Mulheres que teve lugar nos EUA e em várias capitais mundiais um dia após a posse de Donald Trump.

A frase estampa uma camiseta que está na linha de frente da nova coleção da Dior e que deve chegar ao mercado por nada menos do que 500 euros (cerca de R$ 1.700) em fevereiro. Mas o conteúdo integral da mensagem que está percorrendo torsos de famosas como Rihanna (foto) e Natalie Portman pode ser apreciado de graça na internet. O bordão que domina a esfera pop dos Estados Unidos é o leitmotiv de uma apresentação da premiada autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie no TedxEuston, nos longínquos 2012. Essas reflexões também se encontram publicadas no Brasil, no ensaio “Sejamos todos feministas”, traduzido pela Companhia das Letras.

Chimamanda Ngozi (Reprodução/chimamanda.com)
Chimamanda Ngozi Adichie (Reprodução/chimamanda.com)

Na palestra, a africana –uma das penas mais importantes do seu país– explica com firmeza e bom humor o que é ser feminista sob a sua ótica. Com a simplicidade que costuma acompanhar as boas ideias, conversa com a plateia sobre passagens da sua vida quando criança, adolescente, mulher e acadêmica na Nigéria e nos EUA, de como frequentemente os garçons costumam supor, por exemplo, que ela não pagará (mas, sim, seu acompanhante masculino) as contas dos restaurantes aonde vai  e de como, ao ser chamada de feminista pela primeira vez, por um amigo de infância, percebeu “que era como se dissesse: ´Você apoia o terrorismo`”.

O trunfo de Chimamanda é, além de apresentar um discurso próprio com graça e naturalidade –calcado na realidade de uma mulher nascida em um país cultural, política e socialmente em transformação–, esquecer clichês e conceitos pré-fabricados para compartilhar uma reflexão óbvia, poderosa e universal: a de que alcançar a igualdade entre os gêneros será liberador tanto para mulheres como para homens. Daí o mote de que todos devem ser feministas.

Ela já havia sido adotada pelo star system norte-americano antes, quando Beyoncé reproduziu parte da sua apresentação no clipe de “Flawless” (2013). A atriz Lupita Nyong´o (de “Doze Anos de Escravidão”) também comprou os direitos de um dos seus livros, “Americanah”, para o cinema.

De autoria da nigeriana, ainda estão publicados no Brasil, além de “Americanah” (2014), “Hibisco Roxo” (2011) e “Meio Sol Amarelo” (2008).

Sejamos Todos Feministas, Chimamanda Ngozi Adichie
Companhia das Letras, 2015, 64 págs

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