Palestra apresenta ´experiências de liberdade`, literatura e imprensa negras no século 19

Na próxima sexta-feira, 17, o legado de homens de letra negros e livres como Luiz Gama, Machado de Assis ou José do Patrocínio estará no centro de palestra que a jornalista, doutora e pós-doutoranda em história pela Unicamp, Ana Flávia Magalhães Pinto, ministrará no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo.

“São as experiências de liberdade negra que conectam minhas pesquisas sobre literatos/ intelectuais negros, imprensa negra e lutas políticas, a exemplo dos abolicionismos e da formação das associações de trabalhadores. É muito comum que as pessoas falem da história da população negra no Brasil e em outras partes das Américas apenas a partir dos lugares estabelecidos pela escravidão, seja em se tratando de períodos da vigência legal desse regime de trabalho, seja no pós-abolição. Portanto, foi o reconhecimento do quanto ainda nos parece estranho ou novo falar sobre as trajetórias individuais e coletivas negras a partir da liberdade que tem me motivado a dedicar minhas investigações sobre esses e outros assuntos próximos”, afirma a pesquisadora ao blog.

A jornalista, doutora e pós-doutoranda em história pela Unicamp, Ana Flávia Magalhães Pinto (Divulgação)
A jornalista, doutora e pós-doutoranda em história pela Unicamp, Ana Flávia Magalhães Pinto (Divulgação)

Ana Flávia apresentará “Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil”, parte de sua pesquisa sobre o trabalho intelectual e as ações de Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Ignácio de Araújo Lima, Arthur Carlos e Theophilo Dias de Castro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, na segunda metade do século 19. Como centro, o impacto dessas atividades para as lutas abolicionistas e contra o preconceito, em uma articulação entre produção literária e atuação política.

“Efetivamente, se limparmos ou trocarmos as lentes que nos auxiliam a enxergar a história do Brasil, veremos que existiram e existem muitas redes de pensadores e pensadoras negras refletindo e atuando para a superação das desigualdades da nossa sociedade, sendo o racismo um aspecto definidor da experiência nacional”, diz a jornalista, autora de “Imprensa negra no Brasil do século XIX” (Selo Negro).

“Tanto a educação quanto a comunicação têm sido consideradas frentes de luta importantes pelos diferentes perfis de ativistas negros e negras. De tal sorte, o que assistimos e vivenciamos hoje com os veículos de comunicação digital é mais um capítulo dessas histórias, no plural sempre.”

Redes de liberdade: literatos negros e abolicionismos no Brasil
17 de fevereiro, das 19h às 21h
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (r. Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar, tel. 3254-5600)
R$ 15 (inteira); R$ 7,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública); R$ 4,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes)
Tradução em libras disponível. Para mais informações: sescsp.org.br/cpf