Candeia ganha retrato em verso, prosa e crítica

“É Samba na Veia, É Candeia” apresenta até 9 de novembro, no cenário do paulistano Teatro Oficina, a montagem que passou pelos palcos cariocas em 2009. A história pessoal e profissional de Antônio Candeia Filho, seu legado, as lutas artísticas e sociais que empreendeu são os aspectos retratados do sambista, um dos nomes essenciais desse gênero musical, reconhecido pelo talento e por lutar contra a opressão da cultura negra.

O trabalho é fruto da junção de esforços da Companhia Alvorada, do Coletivo Terreiro de Mauá e do Núcleo Coletivo das Artes. Traz músicos em interpretações ao vivo, performances e um elenco que se multiplica em diversos personagens, sob direção de Leonardo Karasek.

Elenco de “É Samba na Veia, É Candeia”, em cartaz no Teatro Oficina, em São Paulo (Divulgação/Osmar Moura).

A peça conta passagens essenciais da vida do compositor no ambiente de uma roda de samba dos anos 60 e 70. Marcelo Darlouzi dá vida ao sambista, e a montagem traça pontes entre a lírica e o pensamento de Candeia e fatos contemporâneos que retratam o preconceito racial e social que afeta diariamente as populações periféricas do Brasil, como o desaparecimento de Amarildo Dias de Souza e a prisão de Rafael Braga durante os protestos de junho de 2013.

O samba, claro, é parte essencial da obra e se faz ouvir em canções como “Pintura sem Arte”, “Testamento de Partideiro” e “De Qualquer Maneira”, além de outras composições de Candeia que ficaram famosas na voz de intérpretes como Cartola (“Preciso me Encontrar”), Clara Nunes (“O Mar Serenou”) e Elza Soares (“Dia de Graça”).

Por fim, “posições evidentemente machistas” do autor não ficam de fora, como afirma a atriz Rita Teles, também produtora da peça.

É Samba na Veia, É Candeia
Até 9/11; qua e qui, às 21hs
Classificação etária: 12 anos
Teatro OficinaUzynaUzona (r. Jaceguai, 520, Bixiga, São Paulo)
R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia, para idosos, estudantes e classe artística) e R$ 10 para moradores do Bixiga
Canais de venda: www.sympla.com.br ou Boutique do Carnaval (r. Barão de Itapetininga, 88, Centro, São Paulo)
Acessibilidade: o local conta com bilheteria acessível e uma cadeira de rodas disponível para uso