Comunidade afro organiza “sessão black power” de “Pantera Negra”

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Denise Mota

Assim como vem acontecendo em diversos pontos dos Estados Unidos, onde anônimos e celebridades estão se organizando para promover sessões especiais e até gratuitas de “Pantera Negra” (a vencedora do Oscar Octavia Spencer, por exemplo, afirmou que vai alugar um cinema para projetar o filme a crianças negras pobres do Mississipi), em São Paulo a comunidade afro também está se mexendo para fazer da nova aventura da Marvel um evento que vai muito além da exibição de um simples longa-metragem.

O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (15) e contará com uma “sessão black power”, como definem seus organizadores, no sábado (17), às 19h, no Cinemark do shopping Eldorado. A iniciativa é uma ideia de Durval Arantes e Ana Paula Evangelista, impulsores também do grupo Intelectualidade Afro-Brasileira, no Facebook. A sala tem capacidade para 275 lugares, e os ingressos, vendidos a R$ 30, se esgotaram dez dias antes da sessão.

Lupita Nyong’o em pôster de “Pantera Negra” (Divulgação)

“Pantera Negra” vem suscitando entusiasmo e expectativa entre militantes e pensadores por ter um herói negro como protagonista e um volumoso exército de atores negros à frente da narrativa. O filme narra a epopeia de T’Challa, personagem já presente em “Capitão América: Guerra Civil”, que, ao voltar à sua terra (a próspera e avançada Wakanda) para ser coroado rei, deve lutar contra um inimigo poderoso e salvar seu reino e o mundo.

“Esse filme é seminal para os povos afro-diaspóricos por uma série de razões: põe a África no centro da trama, o elenco é predominantemente preto, a representação dos personagens, ao que tudo indica, mescla o tradicional com o moderno e já possível perceber o forte protagonismo das mulheres pretas no enredo. É um filme que veio demolir vários paradigmas a respeito de nossa gente e de nossas culturas”, diz Arantes.

As diversas iniciativas de promoção de encontros com a comunidade negra, tendo como eixo motivador o filme, são “muito importantes para o processo de empoderamento dialético e mobilidade social de nossa gente, em qualquer lugar do mundo impactado pela diáspora africana”, afirma.