A segurança alimentar na África é o objetivo central da startup AgriPredict, que vem chamando a atenção tanto dentro como fora do continente ao auxiliar agricultores -por meio de um aplicativo, acessível por celular ou Facebook- a gerenciar os riscos de sua produção e evitar que pestes animais e vegetais, além de mudanças climáticas imprevistas, arruínem seus cultivos e prejudiquem o sustento de suas famílias.

Com sede em Lusaka, na Zâmbia, a empresa tem por slogan “agricultura sem stress”. Criada por dois jovens empreendedores e com uma equipe de especialistas oriundos do universo da engenharia, da investigação científica e do desenvolvimento de negócios, a empresa de tecnologia da informação venceu nesta semana a primeira competição africana de projetos voltados à diminuição dos níveis de fome no continente, apoiada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) e destinada a atrair e manter jovens na agricultura africana.

No país onde nasceu o projeto, 67% da população vive dos seus cultivos, mas a incerteza do negócio vem desestimulando as novas gerações. Mwila Kangwa, um dos fundadores da AgriPredict, tem 31 anos e conta que a ideia do empreendimento nasceu após duas crises que destruíram as plantações na Zâmbia em 2016: a da lagarta militar, considerada a pior praga do milho, e a da traça-do-tomateiro, ou tuta absoluta, que arrasou a produção de tomate.

Em uma funcionalidade avançada do app, que está em testes, os agricultores poderão obter um diagnóstico precoce de problemas que possam estar surgindo em suas plantações ao tirar uma simples foto da planta afetada.