Com trança nagô, Naomi Campbell personifica marca de cosméticos pela primeira vez
Aos 48 anos, a eterna supermodelo britânica Naomi Campbell, ícone máximo da beleza negra no mundo da moda, é o rosto de uma marca de cosméticos pela primeira vez.
O ineditismo vem acompanhado de outra novidade: sob o conceito de “Bare it all” (algo como “revele tudo”, em português), a londrina se mostra sem suas conhecidas perucas de cabelos longos e lisos para exibir um rosto emoldurado por finas tranças nagô, em uma foto feita no Quênia.
Naomi Campbell foi a primeira mulher negra a protagonizar a capa das “Vogues” francesa e norte-americana, no final da década de 80, e integrou o time das modelos mais conhecidas do mundo, ao lado de nomes como Claudia Schiffer, Linda Evangelista e Cindy Crawford. Apesar de haver chegado ao topo em sua profissão e de haver desfilado para os principais estilistas ao redor do planeta, nunca antes havia sido o rosto principal de um produto de beleza.
Em entrevistas, Naomi (também cantora e escritora) disse considerar esse paradoxo uma marca do racismo na sua carreira. Para combater essas e outras das mazelas que afetam principalmente minorias, criou há 13 anos um desfile com celebridades batizado de Fashion for Relief (“moda para ajuda humanitária”). O evento anual é a parte mais visível de uma organização sem fins lucrativos que já coordenou o envio de doações a pessoas atingidas por furacões, pelo ébola ou a campos de refugiados, por exemplo.
A preocupação em estender o prestígio das passarelas à vida real através de ações concretas cresceu a partir da amizade de duas décadas com Nelson Mandela. O ex-presidente sul-africano era “o mundo” para a modelo, segundo conta em vídeo recente do seu canal no YouTube, Being Naomi (“sendo Naomi”).