A imigração depois da imigração: moda e resistência em ´Another Way Home`

Identidade, senso de comunidade e resiliência são os elementos que conduzem os oito projetos idealizados por artistas na série “Another Way Home” (algo como “casa de outro jeito” ou “um outro caminho para casa”), que tem por objetivo apresentar visões menos dominantes sobre a imigração, como histórias pessoais de superação, exemplos das potencialidades dos emigrados e a riqueza cultural da qual são portadores.

Um dos destaques é a sequência de retratos “After Migration” (depois da imigração), do artista Walé Oyéjidé, nigeriano que mora nos EUA e cujas criações apareceram no filme “Pantera Negra”. Oyéjidé também é o idealizador da linha de roupas Ikiré Jones, que tem nos imigrantes seus modelos. “O objetivo dessas fotos é elevar e humanizar as histórias dos imigrantes e subverter as representações dos meios de comunicação massivos”, diz. “Esses retratos reafirmam a autoestima e o orgulho dos que viveram o sofrimento, mas escolheram não ser definidos por ele. Mais do que ser fotografados em cenários cuja intenção é suscitar pena, esses homens e mulheres são retratados de forma majestosa, pomposa, resistem às representações que os limitam às circunstâncias da sua imigração.”

Gitteh B., da Guiné, um dos retratados de Walé Oyéjidé (Neil Watson/Ikiré Jones)

A exposição é parte do programa anual “Moving Walls” (muros que se movem) da Open Society Foundations, em cartaz na sede da instituição em Nova York até 19 de julho, mas que também pode ser vista online e permanecerá acessível na internet.

Trabalhos de autores de Honduras, México, El Salvador, Líbano, Palestina e vinculados a comunidades latinas nos Estados Unidos também compõem a série.