“Pesquisadoras da educação básica: germinando ações e saberes nas escolas públicas periféricas” é uma coleção de textos em que professores negros de escolas das periferias do Rio de Janeiro compartilham reflexões e conclusões a partir das vivências cotidianas junto aos seus alunos. Como eixo comum dos escritos, eles abordam a dimensão étnico-racial e de gênero no âmbito do ensino público, visto como espaço de potência para a promoção da equidade.

“O livro apresenta uma rica e sistematizada experiência de produções textuais de conhecimentos, por meio de narrativas formativas antirracistas e anti-homofóbicas que acreditamos ser a potência da escola pública periférica”, explica Ana Beatriz Silva, uma das coordenadoras do processo que resultou na seleção do material e representante do Instituto Maria e João Aleixo, especializado no estudo e na difusão de práticas e tecnologias sociais para desenvolvimento de territórios periféricos. A entidade e o Instituto Unibanco são os responsáveis pela publicação.

Com nove artigos, docentes de literatura, sociologia, história, biologia e pedagogia articulam testemunhos, recursos pedagógicos e conhecimentos aplicados no trabalho com estudantes na educação infantil, no ensino fundamental e médio, e na educação de jovens e adultos.

Surgem conceitos e termos pensados para revitalizar a compreensão do papel da escola, que segundo os autores pode ser “negritada”, transformada em “teia de encontros”, “quilombo”, espaço de “escrevivências pretuguesas”, território para o florescimento de “escritas negrofemininas” e germinadora não só da construção de identidades femininas e/ou negras mas também de uma “ciência do afeto” em prol de novas masculinidades.

O livro, disponível gratuitamente, pode ser baixado aqui.