‘Não há mediação’, diz Coalizão Negra por Direitos sobre ‘Comitê Externo de Diversidade e Inclusão’ do Carrefour

Denise Mota

Em nota difundida nesta quarta-feira (2), a Coalizão Negra por Direitos – conjunto de mais de 150 entidades do movimento negro e antirracista no Brasil – expressa “repúdio” em relação às iniciativas do Carrefour Brasil, entre elas a de criar um comitê externo após o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas nas dependências de um dos supermercados da rede em Porto Alegre.

No documento publicado também em francês, a coalizão pontua que a empresa “tenta invisibilizar a violência racista” e “escamotear sua responsabilidade via comitê”.

O conjunto de organizações relembra o histórico de crimes de racismo e discriminação nas filiais da rede. Também destaca a rápida reação de coletivos e representantes do Movimento Negro Brasileiro, que levaram o caso à discussão nacional e internacional, o que “evidenciou a inexistência de qualquer tipo de possibilidade de mediação com que nos mata e nossa profunda solidariedade à dor da família e respeito às suas decisões”.

A coalizão informa que acompanha as reivindicações de cassação do alvará de funcionamento da rede em Porto Alegre, já protocoladas, com base no artigo 150 da Lei Orgânica Municipal, e que também solicitou ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Rio Grande do Sul a responsabilização do Carrefour e da empresa Vector Segurança Patrimonial.

“Não há saídas que não sejam construídas juntos, com as organizações do movimento social negro e o irrestrito respeito à família da vítima e sua comunidade, bem como a outras famílias atingidas pelas práticas reiteradas de racismo na empresa”, expressa a Coalizão. “Não acreditamos que qualquer atuação individualizada de sujeitos seja capaz de resolver um problema que estrutura absolutamente todas as relações sociais deste país. Assim como não cremos na ideia de que teremos heróis; nós os cultivamos no dia a dia das lutas do povo negro.”

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